segunda-feira, 8 de junho de 2009

Primitivos, nós?

Outro dia li um artigo em que a ativista ambiental indiana, Vandana Shiva chamou atenção sobre o valor da biodiversidade concentrada na Amazônia e a importância da defesa daquela área. Ela também disse que os índios têm muito a nos ensinar nesse sentido...

Pois é, já estamos diante do futuro que tanto temíamos e que foi previsto por muitos estudiosos considerados "fatalistas". Devido ao descuido e ao pensamento imediatista de algumas gerações, nossa terra está doente e a tendência é que os habitantes deste planeta (humanos, fauna e flora) também adoeçam. Automóveis e indústrias poluem o ambiente, o desmatamento gera mais poluição e já existe em volta da Terra uma espécie de "vidro", embaçado pelo calor, que impede a correta circulação do ar e causa uma série de desequilíbrios no clima. Nem vamos entrar em outros detalhes, como a destruição da Mata Atlântica (só restam 7%), o desperdício de alimentos, o lixo que muitos jogam nas praias e nas ruas, o uso excessivo de plásticos e outros derivados de petróleo, a pouca consciência sobre a necessidade de reciclagem, etc, etc...

Shiva reafirma que a Amazônia é o maior depósito de biodiversidade do mundo, a contribuição mais importante para a estabilidade climática e hidrogeológica que restou na Terra, ou seja, uma riqueza incalculável de plantas, bichos, água e ar puro. "A destruição que está ocorrendo e a luta dos índios contra as empresas que querem madeira e matérias-primas é uma questão global, e como tal deve ser tratada", diz. Ela afirma (e nós também) que os governos deveriam esquecer a palavra lucro quando se fala sobre a Amazônia. Todos os investimentos deveriam ser dirigidos para garantir a sobrevivência e proteção daquelas matas.

Na próxima reunião do G8, que engloba os países mais ricos do mundo, a proteção do meio ambiente e as mudanças climáticas serão os pontos principais dos debates. Até porque o atual modelo de desenvolvimento, que destrói tudo e só visa o lucro, já mostrou que não funciona. Mas será que os mais poderosos estão mesmo preocupados com isso?

Nós, consumidores, temos que fazer pressão contra qualquer tipo de negócios suspeitos, que visem lucro sem preocupação com a saúde da Terra e de toda espécie de habitantes. Nesse sentido, os índios têm muito a nos ensinar, não só quanto a mantermos uma relação equilibrada com a Terra, mas também quanto a um sistema de vida baseado na harmonia e não na exploração. Mais uma vez concordamos com a visão da indiana: "certamente os índios não são primitivos. Primitivos me parecem ser antes os que querem caçá-los".

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