sexta-feira, 26 de junho de 2009

IG 26/06/2009 - - Luis Nassif

"De tudo o que li até agora sobre Michael Jackson, a parte mais chocante foi a revelação de seu amigo, o mágico Uri Geller, sobre as razões para as sucessivas cirurgias e tratamento de embranquecimento de pele que deformaram o astro:

- Eu não queria parecer com o meu pai!

Meu Deus! Cada vez que vejo crianças inseguras nas relações familiares, crianças afetivamente carentes, mais que isso, crianças de rua, penso como são frágeis, como o que acontece nesse período as marcará pelo resto da existência, como são fortes e decisivas as presenças paterna e materna, para o bem e para o mal".

Comentários da Rô
Nossa, que forte essa reflexão do Nassif.

Realmente, embora o escritor José Angelo Gaiarsa diga que o mal da humanidade são as mães, acho que os maiores estragos egóicos são provocados pela figura paterna.

A somatória dos egos masculinos, refletida em guerras, torturas, homicídios, etc... é responsável pelas maiores atrocidades físicas, mentais e emocionais deste planeta. Imagine se fôssemos analisar as sequelas psicológicas de pais que projetam as próprias neuras nos filhotes...

Abaixo a violência. Crianças precisam de amor (adultos também!) Sorry, homens, mas a sensibilidade feminina é fundamental!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O último vôo

Um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4000 metros de água congelante naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez nem houve a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo o que ia pela sua cabeça desapare-ce do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, as preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Seus sonhos de trocar de casa, a torcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo...
Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje.

Autor desconhecido, palavras comuns a todos nós.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Oração Celta

Que esses escritos levem amor ao teu coração
Que tudo que é trevas se afaste de ti
Que tu te encantes com o presente da vida
Que tua alma seja curada na luz
Que teus pensamentos sejam justos
Que tuas mãos sejam curadoras
Que teu trabalho te dignifique
Que tu sejas querido na prece dos outros
Que teu olhar revele o brilho do Eterno
Que tenhas consciência da Sagrada Presença
Que vejas algo lindo, mesmo num dia cinzent
Que teu coração seja generoso, como o Sol
Que teus passos sejam honrados
Que a perda de alguém querido não te seja um fardo
Que os reveses de tua vida sejam lições de sabedoria
Que tu aprecies muitas canções, e te encantes com elas
Que tu não tenhas medo de amar
Que tuas emoções não te sejam um peso
Que tu honres aos teus pais e teus ancestrais
Que sejas um bom exemplo de vida para teus filhos
Que atravesses a vida com assombro e admiração
Que a chuva lave tuas mágoas e te renove o viver
Que teus lábios estejam sempre fechados para lamúrias
Que saibas perdoar aos outros e a ti mesmo.
Que tenhas sabedoria para corrigir teus erros
Que não vejas a cor da pele dos homens, mas a luz neles
Que o mal não faça morada em teu coração
Que estejas sempre num círculo de luz!

Primitivos, nós?

Outro dia li um artigo em que a ativista ambiental indiana, Vandana Shiva chamou atenção sobre o valor da biodiversidade concentrada na Amazônia e a importância da defesa daquela área. Ela também disse que os índios têm muito a nos ensinar nesse sentido...

Pois é, já estamos diante do futuro que tanto temíamos e que foi previsto por muitos estudiosos considerados "fatalistas". Devido ao descuido e ao pensamento imediatista de algumas gerações, nossa terra está doente e a tendência é que os habitantes deste planeta (humanos, fauna e flora) também adoeçam. Automóveis e indústrias poluem o ambiente, o desmatamento gera mais poluição e já existe em volta da Terra uma espécie de "vidro", embaçado pelo calor, que impede a correta circulação do ar e causa uma série de desequilíbrios no clima. Nem vamos entrar em outros detalhes, como a destruição da Mata Atlântica (só restam 7%), o desperdício de alimentos, o lixo que muitos jogam nas praias e nas ruas, o uso excessivo de plásticos e outros derivados de petróleo, a pouca consciência sobre a necessidade de reciclagem, etc, etc...

Shiva reafirma que a Amazônia é o maior depósito de biodiversidade do mundo, a contribuição mais importante para a estabilidade climática e hidrogeológica que restou na Terra, ou seja, uma riqueza incalculável de plantas, bichos, água e ar puro. "A destruição que está ocorrendo e a luta dos índios contra as empresas que querem madeira e matérias-primas é uma questão global, e como tal deve ser tratada", diz. Ela afirma (e nós também) que os governos deveriam esquecer a palavra lucro quando se fala sobre a Amazônia. Todos os investimentos deveriam ser dirigidos para garantir a sobrevivência e proteção daquelas matas.

Na próxima reunião do G8, que engloba os países mais ricos do mundo, a proteção do meio ambiente e as mudanças climáticas serão os pontos principais dos debates. Até porque o atual modelo de desenvolvimento, que destrói tudo e só visa o lucro, já mostrou que não funciona. Mas será que os mais poderosos estão mesmo preocupados com isso?

Nós, consumidores, temos que fazer pressão contra qualquer tipo de negócios suspeitos, que visem lucro sem preocupação com a saúde da Terra e de toda espécie de habitantes. Nesse sentido, os índios têm muito a nos ensinar, não só quanto a mantermos uma relação equilibrada com a Terra, mas também quanto a um sistema de vida baseado na harmonia e não na exploração. Mais uma vez concordamos com a visão da indiana: "certamente os índios não são primitivos. Primitivos me parecem ser antes os que querem caçá-los".

domingo, 7 de junho de 2009